Ao longo da vida, vamos aprendendo lições. Não estou a falar na escola, só das que aprendemos no dia-a-dia. Algumas são voluntárias, outras involuntárias. Vamos fazendo umas coisas, e descobrimos resultados e consequências. Por exemplo, ao lavar roupa branca com uma t-shirt vermelha, o resultado é passar a ter roupa cor-de-rosa e uma t-shirt vermelha. A consequência, só descobrimos quando já não estivermos sozinhos em casa.
As reacções também podem ser lições novas, tanto as nossas como as de outras pessoas. As nossas até são fáceis de entender, as de outros são mais difíceis. Quem nunca tropeçou e deixou cair um tabuleiro com comida? Um belo bolo de aniversário? Eu já, e a reacção que recebi foi um perplexo “então??”. O que é estranho, porque não é propriamente de propósito que se deixa cair um bolo ao chão. Ou, se fosse, ao menos não caía em cima do bolo, sempre evitava ficar todo sujo e ter de trocar de roupa. Um clássico quando se assiste a uma situação destas (além do muito português “bem feito”) é alguém dizer “não vinhas com atenção”. O que é uma boa observação, no entanto, o bolo continua no chão. A par desta observação, a que mais se ouve é “cuidado”, especialmente, depois de se bater com a cabeça nalgum sítio, que também dá imenso jeito.
O que gostava de fazer era dar a volta e responder com um pouco de humor. Por exemplo, como se fosse conhecimento científico. Podemos estar a querer testar se um bolo explode por todo o lado ou fica só espalmado, e aí justifica-se um “era mesmo o que queria fazer, para saber o que acontece a um bolo quando cai ao chão”. Ou se as janelas dos vizinhos são resistentes o suficiente para levar com um remate à Oliver Atom do meio da rua. Ou se a loiça de natal se parte da mesma maneira que a loiça que usamos todos os dias.
Uma excepção a esta ideia é em caso de acidentes de automóvel. As seguradoras não precisam de muito para nos entalar, é melhor não lhes dar argumentos…