08 janeiro, 2021

Natal em tempos de corona

    Este ano, o natal foi muito diferente. Aconteceu algo que nunca tinha acontecido antes. Tive de comprar meias para mim próprio. Eu sei, nem eu, nem o amigo leitor, nem o agente do FBI que está a ler isto, imaginámos que tal calamidade iria acontecer. Mas aconteceu mesmo.
    E isto, porquê? Por não podermos ir à terrinha. Ninguém nos ofereceu meias. E lá fui eu, cumprir a tradição mais natalícia de todas. Não sei onde os meus familiares compram meias, mas as que eu comprei são uma desgraça. Não há qualidade no tecido, cor que combine com o resto da roupa, ou padrões interessantes. Claramente, não tenho jeito para isto. É importante que para o ano possamos passar o natal em família. Por ouro lado, ter os primos afastados, de facto, afastados foi um sossego... É preciso rever no próximo natal.
    Já da passagem de ano confinada, não tenho queixas. Muito mais agradável, sem ter de ficar mais 2 horas numa festa que já devia ter acabado, ou ter alguém a insistir que se comam as passas, quando ninguém gosta de passas. Também foi bom fazer um jantar normal em vez de uma comezaina desmesurada. Esta parte é culpa minha, não sou muito de me conter com comida. Mas, este ano, ninguém veio com aquelas balelas do “podia ser uma resolução de ano novo e tal”. Não a ia fazer, e este ano tive a vantagem de não ter de a ouvir.
    Foi pena perder a oportunidade de conseguir descobrir amigos perdidos nas festas. Com o distanciamento social, ia ser muito mais fácil. Pode ser que para o ano dê. E até lá, ainda consigo convencer os meus familiares a enviar meias por correio.