Como qualquer pessoa normal, quando ouvi falar no C/2022 E3
(ZTF), o famoso cometa verde, quis saber como e quando o podia ver. E, como a
mesma pessoa normal, não faço ideia se o vi. Principalmente, porque o cometa
verde na verdade não é verde. Só é verde em frequências infravermelhas, e, com
os meus binóculos normais, só seria visto como uma luz branca. Infelizmente, no
dia em que se via melhor, estava na cidade, e no dia em que estive no campo,
não era fácil de o identificar. Portanto, vi uma data de luzes brancas, sem
saber qual delas seria o cometa. Mas sei o que não vi.
Seres alienígenas. Quando andava de nariz no ar à procura,
pensei que seria giro ver mais qualquer coisa surpreendente. E depois
lembrei-me que isso agora já não é tão frequente. Tirando os documentos
divulgados pelos EUA, que também não mostram nada muito visível, não se ouve
falar disso com a mesma frequência de antes. É uma tristeza, e um desperdício.
Agora que temos telemóveis e câmaras com cada vez melhor capacidade de imagem
há cada vez menos incidência destes casos. Nos tempos em que uma mancha numa
fotografia indicava visitantes de outro planeta, havia aos pontapés, e pessoas
eram raptadas a torto e a direito. Mas já não temos nada disso. Podemos tirar
selfies com qualidade incrível, e descobrir localizações só com base nessas
fotografias, mas ninguém as usa para apanhar alienígenas. Mesmo os raptos são
raros, e logo agora que tudo o que usamos tem GPS, era só ir ver o que
acontecia nessas alturas.
Na volta, os alienígenas perceberam que agora
conseguíamos ver melhor e andam mais quietos. Ou então é como no episódio do Futurama, onde dizem que o habitat
natural do Big Foot são zonas desfocadas. Entretanto, vou considerar investir
num telescópio. Nunca se sabe.