Recentemente, viajei. É normal, muita gente o faz. Ainda por cima, estamos no Verão, quando mais se viaja. No entanto, vou fazer o que as pessoas que passam a vida nas redes sociais fazem: queixar-me de viagens.
Esta viagem foi de avião, muito prático, e até essencial na mudança de continentes. Não sou um grande fã, prefiro andar de comboio, mas há sítios onde não dá para ir de comboio e, se formos, quando lá chegarmos, está na hora de começar a viagem de volta, o que só faz sentido se o objectivo for a viagem de comboio, tipo o transiberiano ou o expresso do oriente. Mas se o objectivo é passear pelo país de destino, então avião é melhor.
A questão é que andar de avião é uma chatice. Vamos para o aeroporto para ficar à espera para fazer check-in, para depois ficar à espera da nossa vez na zona de segurança, esperar para saber a porta, esperar que a porta abra, esperar para entrar no avião, esperar que aquela família arrume as suas sete malas, esperar que o avião levante vôo, esperar para chegar, esperar para sair do avião, esperar pela mala, e, finalmente, esperar pelo transporte até ao hotel. Andar de avião é basicamente uma espera de 12 horas. E, por algum motivo misterioso, é preciso estar no aeroporto às 5 da manhã, para a espera começar pela fresca. No regresso, é igual, mas chegamos a casa depois da meia-noite. E durante este tempo todo, não podemos ir a lado nenhum, temos de ficar onde estamos.
No comboio, não se espera tanto. Há atrasos e tal, mas são de um quarto de hora ou qualquer coisa parecida, e a viagem é bastante mais agradável, e confortável. A espera mais chata é na estação, onde os avisos de atraso são um autêntico contratempo. A mensagem gravada diz, pausadamente, que “o comboio intercidades, CP longo curso, proveniente de Coimbra B com destino a Lisboa Santa Apolónia, que deverá dar entrada na linha número 2, circula com um atraso de… 14 minutos. A sua hora prevista de chegada é às 15h44”. Entretanto, já adormeci. Não bastava dizer “o intercidades das 15h30 para Lisboa está atrasado 14 minutos”? As pessoas chegaram à hora marcada e nota-se se um comboio gigante não estiver na estação. E é preciso dizer “intercidades, CP longo curso”? Um intercidades é de longo curso por definição, se não, era um regional ou um urbano (o regional começa o aviso com “o comboio regional, CP regional…” para o caso de alguém não ter percebido que era regional). De resto, é só seguir até ao fim e ir de metro para casa.
Fora estas partes, o resto da viagem foi muito boa. Recomendo a quem gostar de conhecer sítios diferentes. Só é pena ter de viajar para lá chegar.