Estamos na altura do dia dos namorados. Com toda esta animação, faz falta relevar um ponto de vista muitas vezes ignorado.
O nome é dia dos namorados, mas na verdade é mais o dia das namoradas. Neste dia, o namorado planeia um dia especial, com um jantar especial, uma prenda especial, um passeio especial, uma noite especial, tudo especial, para a namorada. Se não fizer, incorre na sua fúria, e depois tem de se redimir e compensar o erro.
Tudo isto, num dia escolhido aleatoriamente. Na verdade, não é aleatório, é relacionado com a morte do mártir São Valentim que, além de ser associado ao amor, é também o santo padroeiro da cidade de Terni em Itália, da epilepsia, e dos apicultores. Um santo muito ecléctico. Mas o que interessa, é que este dia é o escolhido para mostrar o quanto se gosta da nossa cara-metade. E o resto do ano? Não conta? Basta garantir que se arrumam as compras e não se ressona?
Não sou grande fã deste dia. Não acho que faça muito sentido haver um dia em que é mais essencial mostrar o que sentimos do que nos outros. Além de que acho que devia ser o dia do casal. É um nome mais apropriado e inclusivo, e retira a pressão desigual sobre os namorados. No entanto, não recomendo tentar isto em casa. Eu tentei e agora tenho autorização para dormir no sofá até pedir desculpa.